23 maio 2013

“A lâmpada abre um círculo mágico sobre o papel onde escrevo. Sinto um ruído como alguém houvesse arremessado uma pequenina pedra contra a vidraça, ou talvez seja uma asa pedida na noite. Espreguiço-me, levanto-me e, cautelosamente, escancaro a janela. Oh! como poderia ser alguém chamando-me? Como poderia ser um pássaro? Na frente do quarto, por cima do quarto, por baixo do quarto, só havia a ilusão estrelada… Quem faz um poema não se espanta de nada. Volto ao abrigo da lâmpada e recomeço a discussão com aquele adjetivo, aquele adjetivo que teima em não expressar tudo o que pretendo dele…
Esconderijos do Tempo, Mário Quintana.”

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