Era tudo tão inusitado, mas estava para acontecer um
casamento, casamento dos dois seres que me criaram, que me amaram, que me “inventaram”,
- Mas como assim? – Eu disse. Isso mesmo, então seria o “recasamento” dos meus
pais? Que esquisito, não é mesmo? Bom... Até então tudo ia tranquilamente, até
que... Seria esse o meu casamento? Como? Não seria dos meus pais? Mas não seria
o meu? Que confusão! Mas peraê, e cadê a aliança de meu noivo? Que agonia, que
aflição! Saí procurando em desespero, caminhava apressada, olhava o chão, com os
pés cheios de lama, observava, olhava, procurava, por todo canto, mas cadê?! As
esperanças do meu amado já havia indo embora, mas aí o tormento se acabara como passe de
mágica, “tcharan”: Achei a abençoada aliança! Ufa! Derrepente tudo muda, o
cenário é outro, as pessoas são outras, agora parecia ser um baile, e quando eu
olho, minha mãe vinha em minha direção com roupas folgadas, que me fez lembrar
até um caboclo de lança, mas era diferente, sua cor era lilás, tudo feito de cetim
lilás! Ela brilhava, dançava e ria, era o ser mais lindo que podia existir...
seu sorriso era largo e feliz.
